Jalapão, onde o ouro nasce do capim
Projeto da Energisa em parceria com o Sebrae, Energia para Crescer beneficia as comunidades quilombolas do Tocantins
[Atualização: 27/09/2023] Diante do triste cenário de incêndio que assola o Parque Estadual do Jalapão, lar do precioso capim dourado, a Energisa se solidariza profundamente com os talentosos artesãos desta região. A força e a resiliência dos artesãos são verdadeiros tesouros, e juntos, trabalharemos para preservar essa rica tradição. Nossa parceria com o Sebrae no projeto Energia para Crescer continua mais importante do que nunca, visando não apenas o desenvolvimento econômico, mas também a proteção ambiental e o bem-estar das comunidades quilombolas. Unidos, somos capazes de superar qualquer adversidade e promover um futuro brilhante para o Jalapão.
Nas veredas do Tocantins, o ouro vem do meio do cerrado. Na região leste do estado, onde os buritizais e as sempre-vivas encantam os olhos de quem passa, existe um tipo único de grama que, literalmente, reluz ao sol: o capim dourado. As finas hastes "de ouro" são colhidas e costuradas com as fibras do buriti e, das mãos prendadas das artesãs locais surgem chapéus, cestas, bolsas, vasos, utensílios de cozinha, objetos de decoração, bijuterias e até semijoias.
A arte de transformar o capim dourado em artesanato é uma herança do povo indígena Xerente que está presente, também, nos quilombos da região. Os utensílios trançados por eles eram utilizados em casa ou trocados por outros produtos. Hoje, o “ouro do Jalapão”, como ficou conhecido mundialmente, garante a geração de renda para parte da população jalapoeira.
Desde 2021, porém, esse comércio ganhou uma nova estrutura: agora, as lojas têm logomarca, as mercadorias estão etiquetadas com tags que identificam a região em que foram feitas, os sacos plásticos simples trocados por sacolas personalizadas, entre outras ações de valorização. Um bom exemplo foi a consultoria prestada às artesãs para otimizar o uso do capim dourado, que periga acabar: no lugar de muitas bijuterias pequenas e de uso individual – o que fazia com que uma grande quantidade de matéria-prima tivesse que ser extraída – a orientação foi para produzir objetos de decoração, com custo mais elevado e, consequentemente, mais rentável para a comunidade.
A transformação faz parte de uma das inúmeras ações que o projeto Energia para Crescer está implementando no Jalapão. Parceria entre o Sebrae e a Energisa, a iniciativa tem como objetivo melhorar a qualidade de vida das comunidades quilombolas do Mumbuca, Rio Novo e Prata através do empreendedorismo, do fortalecimento dos produtos turísticos e do destino de base comunitária, fomentando o acesso a serviços financeiros e atração de investimentos, considerando a inclusão social, a geração de renda e a proteção ambiental.
O compromisso da Energisa com o desenvolvimento da região do Jalapão ultrapassa o nosso negócio principal de levar energia. Nosso compromisso é também social e é essa a energia que promove a transformação – ressalta o diretor-presidente da Energisa Tocantins, Alessandro Brum.
Segundo Railane Ribeiro da Silva, presidente da Associação do Povoado Mumbuca, o Energia para Crescer é o projeto mais completo que região já recebeu até hoje:
Justamente porque ele não veio pronto. O projeto vem sendo construído junto com a comunidade, entendendo a necessidade de cada um. Quando acabar, vai deixar uma comunidade nova, com transformações na paisagem, na imagem da comunidade, fortalecendo a sua identidade – reflete. – Não estamos nem na metade do investimento de tudo o que foi planejado para nós, mas já dá para notar a diferença que o projeto está trazendo para as comunidades. Por exemplo, nossa loja já existe há um bom tempo, mas a gente nunca tinha tido uma etiqueta. Agora, nossa marca, nome e nossa história vão para o mundo todo.”
Ao todo, o aporte total da parceria será de R$ 1,3 milhão, sendo R$ 675 mil investidos apenas pela Energisa. Além disso, a empresa realizou também a entrega de computadores para as comunidades quilombolas, que estão sendo usados para estudos e profissionalização dos moradores.
Parte da verba irá também para a piscicultura e criação de hortas em todas as três comunidades quilombolas, com a instalação de tanques de piscicultura em um sistema integrado de produção agrícola (peixes e hortaliças). Em cada comunidade, foram montados tanques de peixes para criação de espécies nativas. A água, enriquecida com os dejetos dos animais e ração, será utilizada na irrigação das hortas. Essa troca de água é feita por um sistema elétrico e a água é reaproveitada integralmente. As hortas já foram demarcadas e os tanques devem começar a funcionar ainda este ano, e devem ajudar não apenas na alimentação dos moradores, como no abastecimento dos restaurantes locais.
Hoje, a gente precisa trazer alguns produtos, como tomate, cenoura e beterraba, de cidades vizinhas. A horta vai ser muito boa, diminuir nosso custo de transporte, tempo, e facilitar a vida”, comemora Dona Zoé Alves de Souza, que serve refeições na comunidade do Prata.
Outro apoio importante do projeto no quilombo do Prata é para a Festa da Rapadura, festejo anual que aconteceu no último fim de semana, entre os dias 1 e 3 de julho, no povoado. A programação do evento contou com apresentações culturais, jogos, feira gastronômica e artesanal, demonstração de plantas medicinais e da moagem da cana de açúcar e palestras.
Depois de dois anos sem a festa, ficamos surpresos com o movimento. Tivemos um grande público e vendemos bem até o último dia. Foi a primeira vez que conseguimos resultados assim e estamos muito felizes”, afirma Luzia Passos, presidente da Associação de Artesãos da comunidade.
Iniciado em 2021, o Energia para Crescer deve seguir até 2023. Até o final do projeto, a previsão é que sejam realizadas mais entregas como, por exemplo, o Programa Força Mulher, curso de Elaboração de Projetos e apoio a outras festas culturais, como a Festa da Colheita do Capim Dourado que deve acontecer em setembro.
Compartilhe essa notícia