Mudanças climáticas: um desafio coletivo
Na Semana do Meio Ambiente, Energisa realizou uma live com os executivos para repassar as medidas adotadas pelo Grupo e discutir a conjuntura climática global
O clima no planeta Terra se alterou. Para sempre. Se modelos meteorológicos anteriores apontavam para um aquecimento da temperatura global entre 1 e 1,5 ºC em 2030 – alguns indicavam que isso somente ocorreria ao redor de 2050 –, o que se vê na prática hoje são termômetros ao redor do mundo já contabilizando esse 1,5 ºC adicional. Ou seja, o aquecimento global é real, palpável e está se materializando neste exato momento.
O desdobramento desse acréscimo de temperatura se traduz em calor extremo, ventos acima da média histórica, descargas atmosféricas, chuvas torrenciais, inundações... Em suma, catástrofes naturais das mais diferentes matizes e intensidades.
A Organização Meteorológica Mundial, desde os anos 1970 até 2019, registrou mais de 11 mil desastres atribuídos a eventos climáticos severos no mundo. Nesse período, foram mais de 2 milhões de mortes e mais de US$ 3,6 trilhões em perdas. Daí, você já vê o tamanho do desafio”, explica Nicolas Manfredi, diretor técnico de Geração e Transmissão do Grupo Energisa.
Nos últimos 3 anos, os prejuízos financeiros já alcançaram R$ 18 bilhões no Brasil somente com moradias danificadas e destruídas por catástrofes naturais, sem contabilizar ainda as perdas recentes pelas inundações no Rio Grande do Sul.
Ciente desse cenário, a Energisa tem tomado uma série de medidas para contornar eventuais situações de perigo e amenizar danos aos mais de 20 milhões de brasileiros atendidos pelos seus serviços de distribuição energia elétrica e gás natural.
Na Semana do Meio Ambiente, o Grupo fez uma live para debater os efeitos das mudanças climáticas junto ao seu negócio, o que engloba não só ativos, mas fundamentalmente sua base de clientes. Além do diretor-técnico Nicolas, apresentaram cases Michael Douglas, especialista ambiental de Geração e Transmissão; Rodrigo Fraiha, diretor-técnico da Energisa Paraíba; Raphael Pereira, diretor-técnico da ES Gás; Jorge Sírio, business partner de Comunicação da Energisa Mato Grosso; e Ana Paula Paes, meteorologista do grupo Storm. A live foi mediada por Vivian Inácio, gerente de sustentabilidade do Grupo Energisa.
No bate-papo ao longo do evento, ficou claro o empenho do Grupo na adoção de medidas que mitiguem os efeitos das mudanças climáticas. O conjunto de iniciativas vai de reservas florestais a programas sociais, ambientais e de orientação para clientes e comunidades onde a empresa está inserida.
Preservação e reflorestamento
Uma dessas medidas é a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) da Usina Maurício, em Leopoldina (MG). Com cerca de 300 hectares, a RPPN equivale a aproximadamente 300 campos de futebol preservados. Nessa mesma linha, outra investida se dá na região amazônica, onde o Grupo Energisa viabiliza um projeto voltado ao reflorestamento desse bioma.
A gente investiu R$ 5 milhões em reflorestamento do bioma amazônico através do fundo Floresta Viva”, conta Vivian Inácio, gerente de sustentabilidade do Grupo Energisa.
Também nessa empreitada contra o aquecimento do planeta está o desligamento das usinas térmicas. Segundo a companhia, isso evitou a emissão anual de 388 mil toneladas de carbono equivalente, ou seja, os gases do efeito estufa. Em outras palavras, é como se o Grupo Energisa tivesse preservado quase 800 estádios do Maracanã de vegetação de área plantada.
Uma iniciativa inovadora adotada pelo Grupo é o uso de drones para o lançamento de cabo na construção de linhas de transmissão. O equipamento consegue reduzir significativamente a necessidade de supressão vegetal e, indiretamente, os danos à fauna. A Energisa Tocantins Transmissora, por exemplo, registrou uma redução de 21% na supressão vegetal com o uso desse procedimento.
É uma técnica relativamente nova, que traz diversos ganhos para o projeto, mas principalmente acarreta ganho ambiental”, afirma Michael Douglas.
Ainda que muito esteja sendo feito, o desafio do Grupo Energisa é enorme, já que há muitas linhas de transmissão de energia em áreas pouco habitadas, difíceis de serem acessadas, e que sofrem cada vez mais com a sazonalidade das estações do clima e o enfurecimento da natureza diante do aquecimento do planeta.
A lição de Nova Friburgo (RJ)
Rodrigo Fraiha, diretor-técnico da Energisa Paraíba, lembra que o Grupo Energisa ganhou consciência sobre o impacto das mudanças climáticas de uma maneira muito dolorida. E repentina. Foi em 2011, em Nova Friburgo (RJ).
A região serrana do estado do Rio de Janeiro, onde fica o município, recebeu 265 milímetros de chuvas em pouco mais de 8 horas, resultando em quase mil mortes e mais de 35 mil desabrigados.
A Energisa foi pioneira no setor elétrico brasileiro, por meio de um P&D que desenvolveu uma plataforma de monitoramento das condições climáticas, denominada Netclima, e um plano de contingência integrado que possuem ações nas etapas de antecipação, monitoramento, resposta e recuperação. E esse plano envolve todas as distribuidoras e as áreas de apoio, explica Rodrigo.
Anualmente, esse plano é aprimorado com base nos eventos climáticos severos que vêm ocorrendo. Exemplos incluem a tempestade de areia em 2021 no Mato Grosso do Sul e as situações decorrentes das fortes chuvas no estado de São Paulo em 2023, quando a Energisa conseguiu restabelecer 95% do fornecimento de energia nas suas áreas de atuação em até 24 horas.
Hoje, temos um plano de contingência integrado que permite nos anteciparmos, indicando como monitorar, como responder, como recuperar. E esse plano envolve toda a empresa. Todas as áreas da empresa”, explica Rodrigo.
A partir deste mês, o Grupo Energisa também inicia treinamentos com simulações de contingência, com o objetivo de refinar processos e treinar todo o time das unidades.
Desafios subterrâneos no gás natural
Sob essa lógica das catástrofes naturais decorrentes das mudanças climáticas, é possível dizer que o que está debaixo da terra está seguro, correto? A resposta é não. E quem assegura é Raphael Pereira, diretor-técnico da ES Gás do Grupo Energisa. Na live, Raphael explicou que grande parte do ativo da distribuição de gás natural está no subsolo, mas isso não significa que está totalmente protegido. Quer um exemplo?
A gente na distribuição de gás se preocupa com a queda de árvores, não em função dos galhos em si, que normalmente são um problema na distribuição de energia elétrica, mas em função da raiz. Se a base da árvore se desprende do chão, isso pode danificar a nossa infraestrutura subterrânea. Chuvas intensas também podem causar movimentação de solo, expondo a tubulação subterrânea. Isso pode gerar uma ruptura do tubo, causando desabastecimento ou até um grande evento de segurança”, detalha.
União de forças contra as mudanças climáticas
O fato é que todos precisam participar da solução, porque os custos projetados são estratosféricos. E o aquecimento global já é uma realidade.
Foi o 11º mês com recordes de temperatura. Então, a gente já vem, há cerca de um ano, registrando recordes em nível mundial”, afirma Ana Paula Paes, meteorologista do grupo Storm.
A consequência disso é que os eventos climáticos devem causar um prejuízo de mais de R$ 100 milhões por ano no ecossistema de fornecimento de energia até 2030 – sendo que esse número pode até dobrar a dependendo do impacto.
Portanto, o desafio está posto, como destacou Vivian Inácio, gerente de sustentabilidade do Grupo Energisa. Mas ela aposta que o segredo está nas pessoas:
Independentemente do plano, as pessoas são a nossa potência. São elas que vão fazer com que todo esse planejamento, toda essa discussão se torne realidade na ponta, fazendo a diferença junto aos nossos clientes. Essa é a nossa força.”
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