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O homem-pássaro: a incrível história de Percílio e o falcão Tito

Parque dos Falcões, em Sergipe, comemora 40 anos de sua ave-símbolo e os 10 anos de apoio da Energisa

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 Sustentabilidade

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Sergipe

No pé da serra de Itabaiana vive um homem, um homem que voa como as aves sem precisar sair do chão. José Percílio Costa sempre foi uma criança diferente, não brincava de bola, nem de carrinho, queria de Natal um Falcão. Aos seis anos conseguiu um ovo, que as galinhas do quintal chocaram por 28 dias, até que nasceu Tito, uma fêmea de falcão que deu origem a uma longeva história de amor entre humanos e aves que mudou o panorama da região.

Depois do falcão Tito, no quintal da casa de Dona Maria, o caçula de 23 filhos foi aumentando sua criação de aves de rapina, com falcões, corujas e urubus. Precisou legalizar o criadouro com o Ibama e, no final dos anos 1990, quando já tinha mais de 300 aves, o quintal de sua mãe ficou pequeno. Sempre sonhando em voar mais alto, Percílio usou todas as economias para comprar um terreno que muitos consideravam um local sem futuro.

Mas como nada é pesado para quem tem asas, o amor de Percílio pelas aves revitalizou os 3.500 km² de aridez. Reflorestando a região e aumentando sua criação, um rio que há muito vivia seco voltou a correr no pé da serra de Itabaiana. Uma cooperação multiespécie de Percílio, com Tito, muitos voluntários e a força para criar um recanto de cuidado, ecologia e educação, o Parque dos Falcões.

– Aprendi com Tito a linguagem dos falcões. Ela foi meu primeiro falcão, minha maior professora. Cada ave que aparecia ou nascia lá em casa ganhava um nome e eu aprendia mais um pouco sobre elas. Recebia aves machucadas, tratava e devolvia para a natureza, outras continuavam comigo e assim foi nascendo a ideia do Parque dos Falcões – contou Percílio. 

Um falcão sai voando da mão de Percílio

Percebendo toda essa força de Percílio para se comunicar, criar e cuidar das aves, a Energisa, em 2013, passou a investir no parque para potencializar a energia que vinha do conhecimento de Percílio sobre as aves. O Parque dos Falcões é hoje o único local do país autorizado pelo Ibama a criar aves de rapina e o único centro para receber e multiplicar essas aves na América do Sul. Além disso, ele é o principal ponto turístico da região, recebendo alunos de escolas de Sergipe e de outros estados, além de muitos visitantes internacionais.

– Eu sempre digo que o Parque tem duas mães: a minha mãe Maria, que sempre incentivou meu sonho, e a Energisa, que acreditou no projeto e fez muito pelo Parque – explica Percílio com orgulho.

No início dessa aventura, tudo acontecia dentro da casa de Percílio. Com muita energia, ele recebia os visitantes na sala da própria casa. A Energisa investiu para catalisar essa força e construiu um auditório para que os turistas fossem recebidos em um espaço amplo onde pudessem conhecer sobre as aves. Na sequência, vieram o pórtico de entrada e muitas melhorias. Em 2022, foram construídos 50 viveiros, um mirante que é um dos cartões postais do estado, além de importantes obras de acessibilidade em todo o parque. As melhorias fizeram o movimento crescer ainda mais.

Para a Energisa, a energia não está só nas linhas de transmissão e distribuição, ela também vem das pessoas. Com dez anos dessa parceria, a empresa continua vendo a potência do trabalho Percílio e segue se inspirando nessa força para gerar mais trabalho e riqueza para a localidade.

– Nós apoiamos o Parque dos Falcões há 10 anos por acreditar no propósito desse projeto que tem um papel socioambiental muito importante, sendo o único centro de criação, multiplicação e preservação de aves de rapina da América do Sul. Além disso, o parque impulsiona o turismo sergipano promovendo o desenvolvimento econômico e o social da região. Apoiar as ações do parque mostra o nosso compromisso com a Sustentabilidade e com os sergipanos – afirma o diretor-presidente da Energisa em Sergipe, Roberto Currais.

Fachada do Parque dos Falcões

Esse ano, Tito, a ave-símbolo do parque, completa 40 anos. Não existe registro de um outro falcão tão longevo em todo o planeta. No dia 10 de outubro, estão marcadas comemorações e a Energisa vai presentear o parque com uma grande cozinha e um espaço exclusivo para os veterinários, além de viveiros de quarentena para aves que chegam de fora e precisam ficar em isolamento antes da integração ao parque.

O Parque dos Falcões acolhe hoje 36 espécies de aves de rapina, além de tamanduás, guaxinins e araras. São mais de 500 aves, entre soltas, semissoltas e presas. Um novo programa de estudo e monitoramento está sendo desenvolvido junto com o Ibama, em que as aves retornam à natureza com microchips para serem acompanhadas pelos especialistas.

O parque, além de ter feito um rio renascer, com a dedicação de Percílio e o investimento da Energisa, mudou a vida na região. O fluxo de turistas, visitantes e voluntários que o parque atrai fez fluir um rio de comércio nas proximidades, com restaurantes, lanchonetes, artesanato e hotelaria. Mudanças que fazem a energia da economia girar e voar em volta do Parque dos Falcões.

Na correria elétrica da cidade, olhamos o mundo como se a espécie humana fosse a maior e mais importante espécie a viver em nosso planeta. Mas a natureza nos ensina que a vida é mais do que só cidades e pessoas, vivemos em um mundo repleto de espécies dos mais variados tamanhos, formas e habilidades. Aprender a viver em harmonia e consonância é fundamental para prolongarmos nossa estada na Terra. Percílio, o homem-pássaro, parece ter entendido isso desde criança.

A bióloga e filósofa Donna Haraway em seu livro Quando as espécies se encontram foi certeira: “espécies de todos os tipos, vivas ou não, resultam de uma dança de encontros que molda sujeitos e objetos”. É isso que vemos na história de Tito e Percílio e todos os encontros que a dança do Parque do Falcão gera: a potência de uma vida multiespécie, em que o ser humano, as matas, os rios e as aves de rapina vivem em simbiose e comunhão.

– Dentro do parque existem presas e predadores, mas aqui todos vivem em paz. A gente não consegue fazer a humanidade viver em paz, mas aqui todos vivem. Eu já conheci muitos lugares, já voei de avião, já sonhei que estava voando, já coloquei aves para voar ao lado de parapente para filmagem. Mas a minha maior emoção é ver elas voando. Quando as aves estão voando, é como se eu estivesse voando. Essa é a emoção maior – conclui Percílio.

Sede do Parque dos Falcões

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Instituto Parque dos Falcões

BR-235, s/n – Rio das Pedras, Itabaiana (SE)

Horário: às 9h e às 14h. Todas as visitas devem ser previamente agendadas

Informações e agendamento: (79) 99665-4905 / (79) 99962-8396

Instagram: @parquedosfalcões

 

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