Energisa Juntos

Vila Restauração: 3 anos de um sonho que acendeu novas possibilidades

Energisa superou inúmeros desafios para levar luz elétrica à pequena comunidade no coração da Floresta Amazônica. O resultado é um salto na qualidade de vida da população e um novo paradigma na oferta de energia limpa.

Publicada em:

 Categoria:

 Vila Restauração

 Região: 

Região: 

Acre

Num dos lugares mais remotos do Brasil, quase na fronteira com o Peru, a 557 km de Rio Branco, capital do Acre, fica Vila Restauração. O acesso toma cerca de 8 horas de barco saindo do município mais próximo, ou pelo menos 3 dias de viagem saindo de São Paulo. Lá, a energia elétrica sempre foi um luxo raro e instável, presente poucas horas no dia, graças a um poluente gerador a diesel.

Porém, há 3 anos, essa pequena vila celebra uma mudança radical na sua história. A Energisa havia acabado de assumir o controle da distribuição de eletricidade no Acre e tinha a missão de transformar a vida das pessoas, levando energia de qualidade a todos os cantos do estado. A tarefa envolvia desafios tecnológicos e ambientais complexos. Como levar energia a uma região tão remota? Instalar quilômetros de torres e postes em meio à Floresta Amazônica claramente não era uma opção. Os moradores da vila eram céticos quanto à realização da empreitada.

Eu só passei a acreditar quando vi o presidente da Energisa fazendo uma reunião aqui na escola e garantindo que era possível a energia chegar”, contou Aluildo do Nascimento, comerciante e morador da vila.

Aluildo do Nascimento, comerciante e morador da vila


De fato, a solução não parecia simples: previa a instalação de 580 painéis fotovoltaicos com capacidade de 325 kWp, num sistema equipado com baterias de lítio para o fornecimento contínuo de energia e dois geradores a diesel (ou biodiesel) para situações críticas. O mais complexo era a logística para levar todos os equipamentos necessários. Os caminhões saíam de Uberlândia e percorriam 2.400 km (cerca de 8 dias) até a cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre. De lá, o transporte foi feito por balsas de grande porte, que navegavam atentas aos desígnios das marés dos rios para conseguir as rotas mais rápidas.

Com investimento de R$ 20 milhões, as obras foram concluídas em pouco menos de 1 ano, envolvendo o uso de mão de obra local. A escolha de um local com acesso tão complexo foi proposital. O objetivo era testar soluções tecnológicas inovadoras e provar ser possível resolver um dos grandes desafios do setor elétrico brasileiro: levar energia limpa de qualidade a pequenas comunidades no meio da Floresta Amazônica.

A operação da Vila Restauração foi pioneira não só na Energisa, como no Brasil. Nunca havia sido feita uma operação desse jeito no país, com tantos desafios", ressalta Frederico Botelho, engenheiro de projetos da (re)energisa e um dos idealizadores do projeto.

Além da instalação da usina, o projeto também realizou a troca de lâmpadas, refrigeradores e freezers de moradores por modelos mais eficientes, para evitar o desperdício. Foi grande a emoção dos moradores ao ligar os equipamentos pela primeira vez e poder ver as lâmpadas acesas até mais tarde.

A gente sofreu muito aqui no escuro. A falta de energia estragou muito alimento que não tínhamos como conservar. Aí quando a gente viu a luz chegando, foi uma alegria para a comunidade inteira”, comemora Maria Ivone Cunha, moradora da vila.

Maria Ivone Cunha, moradora da vila


Para quem nunca viveu sem acesso à energia elétrica, é difícil imaginar a falta que ela faz. O posto médico, o armazém, a igreja, a escola, as 200 casas de moradores, tudo ficava a maior parte do tempo no escuro. À noite, fora do pequeno horário de funcionamento do gerador, não dava para ler, brincar, estudar ou assistir televisão.

Hoje não há mais preocupação em limitar horários para aproveitar a energia. Agora, temos 24 horas e podemos organizar nossa rotina livremente”, comemora Mazim.

A energia elétrica não só melhorou a qualidade de vida dos moradores, mas também impulsionou o desenvolvimento socioeconômico, fortalecendo o comércio local. A Vila ganhou açougue, sorveteria e até um salão de beleza, que depende da eletricidade para poder usar secadores e chapinhas de cabelo.

A instalação de uma torre de sinal de telefonia pela TIM foi outro passo importante. Se antes, as ligações eram todas feitas pelo orelhão – com filas, e às vezes, sem sinal –, hoje todos têm celular, facilitando o acesso à informação e a conexão com o mundo.

Com a energia e a internet, é possível usar máquinas de cartão, ter mais facilidade em tratar com fornecedores e realizar pagamentos sem a necessidade de ir até a cidade”, complementa Mazim.

As crianças também comemoraram bastante a chegada da luz elétrica. Além de agora poderem aproveitar o período noturno para brincar ou estudar, a jornada escolar também ficou mais produtiva e agradável com a nova infraestrutura, abrindo portas para o desenvolvimento educativo e profissional dos estudantes.

A escola tinha um gerador próprio, mas ele era usado apenas para ligar a bomba d’água, e, ainda assim, faltava combustível. Agora temos ventiladores instalados e funcionando, além de otimização dos estudos com o uso de projetor, internet e celulares para pesquisas escolares”, explica Gilnete dos Santos, professora de ensino fundamental.

Alunos assistem um filme deitados na escola de Vila Restauração


A energia elétrica também revolucionou a rotina do posto de saúde da vila, permitindo que o atendimento à saúde avançasse consideravelmente. O risco de uma picada de cobra no meio da Floresta Amazônica sempre foi um grande temor para os moradores, que precisavam ser transportados de barco por horas até serem atendidos no hospital mais próximo.

A primeira vez que ligaram tudo, a gente chegou a chorar e agradeci a Deus. Às vezes, a gente ficava com um paciente no escuro dentro da unidade de saúde a noite todinha. Agora nós podemos ter vacina e queremos ter também soro antiofídico aqui, para não ter que mandar o paciente correndo risco de vida até chegar no hospital”, conta Maria Francisca, gerente do posto de saúde local.

Maria Francisca, gerente do posto de saúde local
Maria Francisca, gerente do posto de saúde local


O projeto não apenas criou uma nova perspectiva de futuro para a comunidade, mas também pode inspirar outras iniciativas sustentáveis em áreas remotas. Ao comemorar os três anos do projeto de energia solar na Vila Restauração, fica evidente o impacto positivo dessa iniciativa no cotidiano da comunidade.

Eu sinto uma emoção indescritível. Realmente, quando a gente vê o projeto concluído, com todos os percalços que nós tivemos, e vê como que as vidas foram transformadas na Vila, a gente sente uma sensação de dever cumprido, de que a gente causou um grande impacto na vida daquelas pessoas”, conta Ricardo Botelho, CEO do Grupo Energisa.

O projeto da Vila Restauração faz parte do esforço da Energisa em promover a descarbonização na Amazônia, substituindo usinas a diesel por soluções renováveis. Atualmente, existem 212 “sistemas isolados” no Brasil, como são chamadas as usinas de geração que não estão conectadas ao Sistema Integrado Nacional (SIN). Desde 2023, a Energisa vem construindo linhas de transmissão, subestações e redes de distribuição para conectar localidades isoladas, o que já permitiu o desligamento de 19 usinas termelétricas. As obras seguem em andamento para desativar a última usina do programa até 2025.

Antes, as pessoas falavam em ir embora, por sofrer muito com a falta de energia de qualidade. Mas hoje, graças a Deus, ninguém fala mais. Estão felizes com a chegada da energia”, conclui Mazim.

Quer saber mais sobre Vila Restauração?

Os depoimentos de Aluildo, Maria Ivone, Maria Francisca e tantos outros moradores estão presentes em um curta documental sobre o projeto da Vila Restauração lançado pela Energisa. O filme, dirigido por Jack Motta, está disponível na íntegra para quem quiser conhecer a realidade num dos lugares mais remotos do país.

Vila Restauração, energia solar, descarbonização, Amazônia Legal

Compartilhe essa notícia