Lideranças da Energisa detalham a estratégia digital do Grupo
Em tempos de revolução digital, o setor de energia também passa por transformações. Mais do que acompanhar as mudanças, o Grupo Energisa se coloca na vanguarda desse movimento, atuando como um impulsionador da inovação e do desenvolvimento.
“Vamos desenvolver tecnologias que sejam importantes não apenas para a Energisa, mas para todas as empresas e para a sociedade”, afirmou Ricardo Botelho, CEO do Grupo Energisa, durante o evento BússolaON, encontro online de líderes e colaboradores da companhia, realizado em março.
O Bússola é realizado anualmente e está em sua 14a edição. Este ano, pela primeira vez, ele foi realizado totalmente online. Além das lideranças da empresa, o evento contou com a presença de todos os líderes do grupo e também de convidados, como Carlos Alberto Sicupira, sócio da 3G Capital, gestora de ativos que controla a cervejaria Ambev, a rede de lanchonetes Burger King, entre outros grandes negócios.
Segundo Botelho, a ideia geral da nova estratégia é que a Energisa passe a atuar a partir do conceito de plataforma. “Queremos ser percebidos como um fornecedor de serviços, usando muitos dados para construir produtos”, afirmou o presidente.
Um exemplo de empresa que adota o modelo de plataforma é o Google. Seu negócio principal, as buscas na internet, é a base para a oferta de um portfólio completo de soluções tecnológicas, que vão de um simples e-mail a sistemas sofisticados de armazenamento em nuvem.
“Essa é a diferença entre o Yahoo, que decidiu se manter como uma empresa de mídia, e o Google, que se tornou uma plataforma de aplicativos”, explicou Botelho.
Na prática, essa estratégia já está funcionando. Um exemplo disso é a Voltz, primeira fintech (como são chamadas as startups financeiras de base tecnológica) do setor elétrico, que oferece um leque de serviços financeiros aos consumidores. Ela vai agregar agilidade e facilidade para o pagamento de contas, podendo atuar, também, como uma facilitadora para pequenas empresas e empreendedores na obtenção de crédito.
Como parte dessa transformação, a área de marketing passará a ter um papel ampliado. O setor, que sempre foi encarado como uma “commodity”, ou seja, oferecendo serviços de comunicação, passa a ser estratégico para o desenvolvimento de produtos ao internalizar as demandas dos consumidores.
“Aqui na Energisa, nós olhamos o passado com admiração e respeito, usamos seus ótimos exemplos. Praticamos os valores centrais e permanentes transmitidos por gerações, mas não nos fixamos no passado, não ficamos presos a ele”, disse Botelho. “Anotem e podem me cobrar essa promessa depois: seremos a empresa que melhor vai navegar neste oceano azul ainda não mapeado do setor elétrico.”
Energisa leva energia limpa a comunidades isoladas
“Nas cidades grandes, se paga a energia depois que se usa. Aqui, a gente paga para poder usar”, afirma Pedro Nascimento, morador da Vila Restauração, comunidade ribeirinha de 750 habitantes localizada no município de Marechal Thaumaturgo, no Acre. “Energia é vida. No escuro, tudo fica mais difícil.”
Conviver com a escuridão sempre foi a realidade de Nascimento. A Vila Restauração nunca contou com fornecimento contínuo de energia. No melhor cenário, seus moradores obtinham 4 horas de eletricidade por dia. Sem contar com fornecimento, a população dependia de geradores a diesel para, ao menos, ter alguma iluminação durante a noite. “A carne estraga, tudo estraga porque não tem energia”, lamenta Maria Valcélia, também moradora da comunidade.
No final do ano passado, a realidade desses ribeirinhos começou a mudar. Em parceria com a Alsol, empresa especializada em energias renováveis, a Energisa, principal distribuidora da Amazônia Legal, instalou um projeto piloto para levar energia solar à comunidade. Ricardo Botelho, presidente da companhia, foi pessoalmente ao local, junto com as equipes técnicas da Energisa, para apresentar a solução aos moradores.
“Nós temos a missão de levar energia de qualidade a todas as regiões do Acre”, afirmou o presidente. “Essa missão não é simples e vem sendo negligenciada há décadas. Cidades como essa nunca tiveram atendimento adequado”. Botelho destacou que, com apenas um ano de operação no Estado, a Energisa foi capaz de apresentar um plano viável aos moradores. Ele também ressaltou a importância de se usar geração limpa para projetos como o da Vila Restauração. A outra opção, as usinas térmicas a diesel, além de muito mais cara, é extremamente poluente.
Problema nacional
A realidade da Vila Restauração não é única. Em todo Brasil, existem 271 “sistemas isolados”, como são chamadas as usinas de geração que não estão conectadas ao Sistema Integrado Nacional (SIN), rede de transmissão de energia que passa por todos os Estados brasileiros. Os maiores problemas desses sistemas são o custo e a falta de segurança energética. Na maioria dos casos, quem depende deles acaba recebendo uma eletricidade intermitente, apenas por algumas horas do dia.
São mais de 3 milhões de pessoas no Brasil vivendo nessas condições, a grande maioria na região Norte. Apesar do número de famílias que dependem desses sistemas ser elevado, eles geralmente atendem pequenas comunidades, algumas delas com menos de 100 habitantes (a exceção é Boa Vista, em Roraima, que é a única capital não interligada ao SIN). Apenas na Amazônia, o ministério de Minas e Energia estima que existem 82 mil famílias com acesso precário à energia.
A distância e o isolamento são as maiores dificuldades para se levar energia a essas localidades. Vila Restauração, por exemplo, fica a 70 km de Marechal Thaumaturgo e só é acessada de barco. É por esse motivo que a geração solar se mostra a solução mais adequada para resolver o problema. “É a energia mais limpa, inesgotável e acessível do mundo”, afirma Gustavo Malagoli, presidente da Alsol.
Solução econômica
Ao buscar uma solução renovável para o desafio de levar energia aos mais distantes rincões do País, Energisa e Alsol também solucionam um problema econômico. Contando com Boa Vista, que tem mais de 300 mil habitantes, os sistemas isolados atendem a 1,6% da população brasileira. A carga desses sistemas representa menos de 1% do total gerado no País. O dinheiro para viabilizar as operações vem da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), encargo que é cobrado nas tarifas de distribuição. Embora o volume de energia utilizado seja pequeno, este ano, a CCC deve chegar a 7,6 bilhões de reais.
O alto custo se deve ao uso do diesel, que abastece 94% dos sistemas isolados, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Além do gasto financeiro, as térmicas representam um passivo ambiental por serem extremamente poluentes. As emissões estimadas dos sistemas isolados para este ano chegam a 2,7 milhões de toneladas de carbono.
Desafio para a Região Norte
Dos 271 sistemas isolados no Brasil, 269 se encontram na Região Norte. O Estado do Amazonas é o que mais sofre com o problema, com 95 localidades. Na área de concessão da Energisa, são 36 sistemas isolados: 9 no Acre, 1 no Mato Grosso e 26 em Rondônia. Nos três Estados, mais de 490 mil pessoas vivem em comunidades não integradas ao SIN.
Em Rondônia, o trabalho da Energisa tem se concentrado na construção de subestações que vão permitir a substituição das térmicas a óleo diesel por soluções renováveis. Até 2022, estão previstos os desligamentos de 12 usinas no Estado. Para isso, serão investidos quase 700 milhões de reais. Até dezembro, por exemplo, a região do Vale do Guaporé vai receber 225 milhões de reais em um projeto que beneficia mais de 90 mil moradores dos municípios de Presidente Médici, Alvorada D’Oeste, São Miguel do Guaporé, Seringueiras, São Francisco, São Domingos e Costa Marques.
Com o desligamento de todas as termelétricas no Estado, a previsão é de uma economia de 1,7 bilhão de reais no custo de geração, nos próximos 14 anos. Além dessa economia, a Energisa ajuda a reduzir a emissão de carbono na atmosfera, ação fundamental para combater as mudanças climáticas.
Como levar energia para a Amazônia
O jornal Valor Econômico, o principal diário econômico do País, publicou uma matéria destacando que o debate sobre como atender a demanda de energia dos povos amazônicos é antigo. Segundo a publicação, há outros desafios na região, além de levar energia a povos isolados. Existem municípios de maior porte que também dependem da construção de infraestrutura, como grandes linhas de transmissão, para se conectar ao Sistema Integrado Nacional.
Esse debate voltou à tona em função do apagão que ocorreu no Amapá, em novembro do ano passado, o maior registrado no País desde 1999. Uma explosão em uma subestação deixou os amapaenses sem energia por um mês. A demora em retomar o abastecimento de energia revelou as dificuldades de manutenção e fiscalização da infraestrutura elétrica na Amazônia.
A conexão ao SIN se mostra imprescindível para garantir a segurança energética da população, tanto em regiões isoladas, quanto nas grandes metrópoles do Norte do País. A boa notícia é que, desde a privatização das distribuidoras da Eletrobras no Acre e em Rondônia, assumidas pela Energisa, os trabalhos de conexão se intensificaram, de acordo com a reportagem do Valor Econômico.
“A companhia conduz um plano de conexão de municípios no Acre e em Rondônia ao sistema nacional. Uma das primeiras iniciativas tomadas pela Energisa assim que assumiu as concessões no Norte foi implementar um sistema para comandar as subestações à distância, a partir de um centro de operações integrado”, diz o texto da reportagem, assinada pela jornalista Gabriela Ruddy. Como disse Ricardo Botelho, presidente da Energisa, aos moradores da Vila Restauração, a missão da empresa é levar energia de qualidade para todos os lugares. E não haverá descanso.
Clientes com energia de qualidade e empregos: o lado social dos investimentos da Energisa
Entre 2018, quando a Energisa assumiu a concessão de distribuição de energia elétrica em Rondônia, e julho de 2020, um em cada três postos de trabalho criados em Rondônia esteve relacionado com as atividades da Energisa. É o que indicam os dados do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged) do período. Em todo o estado foram abertos cerca de 3,5 mil postos de trabalho em todos os setores da economia. Já na Energisa, no mesmo período, o número de colaboradores próprios e terceirizados passou de cerca de 2,5 mil para aproximadamente 4 mil. Ou seja, só a empresa abriu 1500 novas vagas.
Para o diretor presidente da Energisa, André Theobald, a geração de empregos é apenas um dos impactos sociais positivos da chegada da empresa ao estado e reflete o trabalho para ampliar o acesso à energia elétrica e melhorar a qualidade do serviço, o que exige profissionais qualificados. “57 mil novos clientes foram ligados na rede elétrica em apenas dois anos, dos quais mais de 13 mil nunca haviam tido energia em casa”, conta, frisando que o número de equipes também aumenta para fazer frente à expansão do serviço.
Theobald explica que as obras que estão sendo realizadas e os empregos gerados são parte dessa transformação estrutural da concessão, ou seja, são um legado que vai beneficiar toda a população por décadas.
“Chegamos há dois anos, mas vamos ficar 30 anos. Esse montante de R$ 1 bilhão é o investimento realizado entre 2018 e 2020, mas vamos manter um ritmo nos próximos anos também. Construir e administrar novas subestações, linhões, sem perder o foco em qualidade, exige pessoal capacitado. Temos uma transformação para fazer em Rondônia e ela só está começando”, afirma.
Para Theobald, é gratificante ver o impacto dos investimentos de mais de R$ 1 bilhão que a empresa vai realizar até o fim de 2020 na vida das pessoas. Além das equipes técnicas e de atendimento e das empreiteiras que realizam obras por todo o estado, ele conta das incursões em vários municípios para ouvir a população e também da escuta que faz com colaboradores próprios e terceirizados.
“O Grupo Energisa administra algumas das melhores distribuidoras de energia do país e não será diferente em Rondônia. Desde que assumimos a concessão, estamos focados em uma mudança de cultura também, direcionada para a melhoria da qualidade do serviço e segurança para colaboradores e a população. Esse diálogo é essencial para isso”, afirma.
Veja na tabela abaixo o resumo dos investimentos realizados em 2019 e 2020. Nos vídeos, estão depoimentos colhidos pela Energisa em suas incursões pelo estado. Os municípios de Espigão do Oeste, Alta Floresta, Alvorada do Oeste e Jaru estão entre os destinos dos investimentos do grupo em 2020.
Em dezembro, pouco antes do Natal, Irailde de Souza Carvalho comemorou a chegada da ligação de energia elétrica na casa própria, de três cômodos, onde vive com o marido. Dona Nina, como é conhecida onde mora, representou a chegada ao número de 1,5 milhão de clientes da Energisa em Mato Grosso.
O dia da entrega oficial da ligação de energia contou com a presença de toda a diretoria da Energisa Mato Grosso, que entregou à quituteira um kit de placa solar para ajudá-la nos preparos na cozinha e ainda abastecer a bateria da bicicleta elétrica – outro presente da companhia.
“Minha vida vai mudar muito daqui para a frente. Eu que sonhava em não ter mais que pagar aluguel, agora vou poder também ter mais tranquilidade para trabalhar”, disse Dona Nina. Em homenagem aos clientes, a Energisa fez a doação de 1,5 tonelada de alimentos às famílias vulneráveis que vivem no bairro Boa Vista II, em Cuiabá. Os colaboradores da empresa participaram da ação.
A Energisa assumiu a concessão de energia elétrica em Mato Grosso em março de 2014. Na época, atendia a 1.229.695 clientes. Nesse período à frente da operação, a carteira de atendimentos cresceu 22%. A diferença entre os números de 2014 e a marca de 1,5 milhão de endereços equivale à população de Várzea Grande, na Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá.
“Com mais de 900 mil quilômetros quadrados e mais de três milhões de pessoas, Mato Grosso não para de crescer. A rede elétrica precisa acompanhar esse ritmo”, diz o diretor-presidente da Energisa Mato Grosso, Riberto José Barbanera.
O crescimento do atendimento em Mato Grosso é reflexo da expansão consistente da economia do Estado e dos investimentos feitos pela Energisa para atender ao aumento da demanda. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovam esse comportamento e seus reflexos. Em 2018, o Produto Interno Bruto do estado teve um aumento de 4,3% em relação ao desempenho do ano anterior e chegou a R$ 137,443 bilhões, acumulando 16 anos consecutivos de alta. Enquanto o PIB per capita de 2010 era de R$ 4.722,31, o de 2018 (dado mais recente) chegava a R$ 8.996,46.
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal também confirma como a geração de riqueza tem refletido na vida da população. Desde 1990, o IDHM segue em trajetória de alta. Como mostrou a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), em parceria com o IBGE, a economia mato-grossense avançou 12,1% em 2017, a maior taxa de crescimento do PIB em volume entre as unidades da Federação.
Nesse contexto econômico favorável, a energia ganha um papel ainda mais importante. Em seis anos em Mato Grosso, a Energisa investiu cerca de R$ 4 bilhões. Por exemplo, na construção de cerca de 1,2 mil quilômetros de linhas e 17 novas subestações, além da ampliação e da modernização de 60 subestações. Só na incorporação de redes elétricas foram aportados por volta de R$ 400 milhões. O plano de investimentos – que incluiu a manutenção e a modernização da rede elétrica e a renovação da frota de veículos - contemplou os 141 municípios do estado.
Um dos exemplos de melhoria são as obras estruturantes para receber novos clientes, com a ligação de Rondolândia e Paranorte ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A melhoria permitiu que os moradores da região passassem a ter energia limpa e confiável. Ainda segundo Barbanera, os investimentos foram planejados com o propósito de dar ao estado a estrutura necessária para manter o desenvolvimento econômico e social. “Hoje temos confiabilidade para que novas empresas venham investir no estado e mais famílias possam ter o conforto da energia elétrica em seus imóveis.”